Agora em Fevereiro o Jornal Meio & Mensagem[i] publicou um Ranking das agências de propaganda premiadas em festivais nacionais e internacionais. A AlmapBBDO foi a agência mais premiada, especialmente em impresso, seguida da F/Nazca S&S especialmente em filme e a Ogilvy & Mather em terceiro com destaque em marketing direto, promoção e relações públicas.
Será que estas agências premiadas trouxeram resultados em marketing e vendas aos seus clientes além de resultados em comunicação?
A F/Nazca saiu premiada com a campanha “100” feita para a Leica empresa que, em 2004, contava um prejuízo de 15% do seu faturamento[ii] e que, com processos de profunda reestruturação interna e reposicionamento da marca para o mercado de luxo em todo o mundo, deu a volta por cima na primeira década do século XXI. A AlmapBBDO foi premiada com a campanha “Os últimos desejos da Kombi”, produto que levou a Volkswagen[iii] a fabricar 600 unidades a um preço de R$ 85 mil para atender a demanda antes da descontinuidade do produto.
São exemplos bem sucedidos de clientes que, além de fazerem a lição de casa, apostaram em campanhas consideras memoráveis. No entanto, considerando que o investimento em publicidade no Brasil em 2015[iv] foi de R$ 132 bilhões, quanto deste montante trouxe resultados efetivos aos seus clientes?
Esta é uma das questões mais antigas e difíceis de responder na relação entre o marketing e a comunicação. Não, não tenho resposta pronta e nem fruto de pesquisa, o objetivo é apenas deixar este questionamento para que possamos pensar efetivamente ao definir nossas estratégias de comunicação, procurando dar a dimensão correta do que a comunicação pode fazer pela sua organização e por seus produtos e serviços. Se a Leica e a Volkswagen não tivessem feito a lição de casa, ou seja, reestruturação, planejamento de produção e distribuição, muito provavelmente os resultados não teriam sido tão bons.
Fica o alerta de Yanaze (2010)[v], pesquisador nesta área há alguns anos: Caso os profissionais não desenvolvam conhecimentos sobre métodos de avaliação, mensuração e ROI em comunicação, dificilmente terão o devido reconhecimento em suas empresas. Continuarão sem reação diante de cobranças no sentido de “fazer mais com menos recursos” e de perguntas simples como “por que aument
[i] Lemos, Alexandre Z. Pódio Criativo em Jornal Meio e Mensagem, edição de 29 de fevereiro de 2016, página 16 e 17;
[ii] Carvalho, Pedro. Como a Leica se reinventou e voltou a dar lucro. In Época negócios. Disponível em http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2014/11/foco-no-lucro.html acesso em março/2016;
[iii] Volkswagen terá faturamento de R$ 102 milhões com a Kombi Last Edition” disponível em http://motordream.uol.com.br/noticias/ver/2013/09/25/volkswagen-tera-faturamento-de-r-102-milhoes-com-kombi-last-edition acesso em março/2016;
[iv] Investimento publicitário 2015 disponível em http://appbrasil.org.br/noticias-e-artigos/noticias/investimento-publicitario-soma-r-132-bilhoes-em-2015/ acesso em março/2016;
[v] Yanaze apud Rocha (2010) disponível em http://www.ideiademarketing.com.br/2013/04/19/desmistificando-o-roi-na-comunicacao/ acesso em Março;