Organizações Líquidas e a transformação digital

Empresas líquidas é um conceito controverso de gestão de negócios ligado à capacidade de rápida adaptação e resiliência das organizações frente à mutabilidade do contexto contemporâneo. Implica a capacidade de adequação, de forma rápida e competitiva, a mudanças advindas de contextos políticos, econômicos, sociais ou tecnológicos. Nakagawa (2017) observa que, ao contrário de empresas tradicionais, em geral inertes, duras, pesadas e lentas, as empresas líquidas tem versatilidade, agilidade, visão, capacidade e desejo de adaptarem-se rapidamente às mudanças em curso, investem pouco em ativos fixos, buscam estruturas mais enxutas, ágeis, organizadas em rede, movidas especialmente pela expansão da transformação digital, adotam estratégias como Lean Startup ou Oceano Azul.

publicação original em fevereiro de 2018

Todo este movimento tem tomado grandes proporções envolvendo setores mais tradicionais como bancos, universidades e hospitais. O autor cita fintechs, edtechs e medtechs como exemplos de empresas líquidas, além de starups, que já nascem enxutas, 99Taxi, Google, Salesforce, Linkedin, que cresceram mas mantém a estrutura em rede e a flexibilidade e versatilidade.

A questão é…de que forma isto impacta o departamento de marketing e os profissionais de marketing?

Em teoria, marketing tem por essência o foco no consumidor, porém, o que antes estava restrito a um departamento e suas ações de relacionamento com os consumidores, expandiu-se até tomar toda a organização. Para que uma empresa realmente consiga estabelecer uma relação com seu público alvo de forma a construir valor, visando fidelidade e perenidade, o conceito de foco no consumidor deve permear toda a organização, sem exceções, da portaria ao CEO, de compras a call center. Nada é mais “coisa do marketing” tudo virou coisa de todos.

Por pressão da sociedade civil, tecnologia e, especialmente, pelas mudanças no processo de consumo, as empresas estão, de fato, sendo compelidas a mudar sua forma de fazer negócios. Estão sendo forçadas a assumir práticas de responsabilidade social corporativa, buscar a sustentabilidade da empresa com relação a todos os recursos, humanos e naturais. E todo esse escopo é de responsabilidade de todos.

Empresas líquidas, mais ágeis, com foco na construção de relacionamento e em plena transformação digital são impactadas em todos os níveis, daí a importância de entender que não existe mais essa “coisa do marketing”. Pelo menos não se a empresa tem objetivo de perenizar-se ao longo dos anos de forma lucrativa, social e ambientalmente responsável, de forma competitiva e auferir lucros financeiros e sociais no processo.

Fonte: Rockcontent, 2017

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