publicado e, 2016
As organizações têm um grande desafio a enfrentar às vésperas de se iniciar a terceira década do século XXI, a obrigação inegável e competitivamente necessária de atender a uma variedade complexa de stakeholders na chamada “era do valor para o stakeholder” . Em artigo na Revista HSM Management, uma pesquisa da PwC de 2016 indica que será estratégico para as organizações posicionarem-se no sentido de criar, ofertar e gerir valor para cada público de interesse com os quais se relaciona, como forma de perenizar sua atuação em mercado e ser minimamente competitiva. Para isso, o artigo aponta dois caminhos complementares que devem fazer parte das estratégias da organização, não apenas em marketing ou comunicação, mas permear e direcionar a tomada de decisões em todos os setores e níveis hierárquicos: diagnóstico e priorização de stakeholders.
O diagnóstico envolve a compreensão profunda de todos os processos organizacionais, de compra de matéria prima à distribuição do produto acabado, de atendimento ao cliente às ferramentas de comunicação, incluindo os processos de seleção e capacitação de recursos humanos. Porque tudo isso? Porque criar valor para o público de interesse deixou de ser tarefa de um único setor há muito tempo. Segundo, a priorização dos públicos de interesse (ou stakeholders) em virtude da necessidade de compreender quais instâncias têm maior impacto na construção do valor desejado junto a cada público e, em especial, junto ao público consumidor.
Tudo isso porque não se trata de digitalizar os processo de comunicação, atendimento, vendas e distribuição, há uma mudança muito mais profunda em curso que envolve a forma como a organização desenvolve seus negócios, produtos e serviços e sua fonte de inovação. Perseverança (persistir na capacitação e inovação), parceria (especialmente com a cadeia de suprimentos) e política (políticas públicas que afetam a expansão da tecnologia) são qualidades essenciais para enfrentar a transformação digital em curso que, segundo a IBM, envolve três decisões de arquitetura tecnológica:
A seleção consciente e estratégica da tecnologia a ser adotada em termos de gestão de dados (Big Data), envolvendo dados estruturados e não estruturados; Contar com um eficiente sistema de armazenamento de dados que possa dar conta da oscilação da demanda e da necessidade de acesso e gestão em tempo real em qualquer lugar do mundo (cloud computing) e, a gestão de produtos e serviços apoiada na inteligência artificial que envolve deste atendimento digital até a IoT (internet das coisas).
De qualquer forma, além do desafio dos extensos investimentos necessários nesta etapa, a mudança de mentalidade das organizações chama ao envolvimento de todos os níveis organizacionais e de todos os elos da cadeia de produção, distribuição e consumo.
Para que as coisas funcionem no futuro (e agora), vamos realmente ter que aprender a trabalhar em equipe, respeitar as diferenças e utilizar nossas capacidades, habilidades e competências em conjunto como forma de solucionar os problemas cada vez mais complexos que enfrentamos. Edgar Morin já alertava sobre isso no livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro” (2001) quando se referia à complexidade dos problemas que enfrentamos e à necessidade de uma visão múlti, pluri ou transdicisplinar para encontrarmos soluções inovadoras.
Para que as coisas funcionem agora (e no futuro) precisamos compreender que realmente somos todos um.
Essa é a árdua e verdadeira mudança de mindset.