2016 foi um ano difícil e pelo tempo que foi destinado à queima de fogos na virada do ano, pelo menos aqui em São Paulo, não fui somente eu que disse feliz adeus a um ano de profundas transformações e perdas difíceis. Que possamos ter aprendido com o que vivenciamos.
Quanto ao mercado de marketing e comunicação. Transparência sempre foi o desejo de todos os players deste mercado e a falta de confiança tem se acumulado ao longo dos anos de vacas gordas, onde era mais fácil a camuflagem de resultados de pesquisa, métricas mal dimensionadas e resultados pouco convincentes. O cabo de guerra sempre existiu entre os players e as maiores forças acabam ganhando terreno à custa das menores forças. Estamos todos sentindo o colapso.
Dificuldades e desafios que antes afetavam uma parte em detrimento a outra, parecem ter crescido a ponto de envolver todas as partes: anunciantes, agências, produtoras e profissionais de comunicação e marketing. Estamos todos sofrendo com as mudanças do mercado e, aparentemente, ou sobreviveremos juntos ou afundaremos juntos!
O aspecto positivo do momento que estamos vivendo, chama-se conscientização e, talvez, maturidade. Todos os principais mercados mundiais estão saturados, a pressão por resultados é constante, questionam-se bonificações e cartas marcadas em concorrências lícitas ou ilícitas, a politicagem vem dando cada vez mais arrepios em todos os envolvidos. Queremos transparência e honestidade em todos os níveis (começando por nós mesmos, certo?!).
Será que estamos prontos para atender à nossa própria demanda?
Abrimos o ano trazendo esta reflexão inspirada em diversos textos e artigos lidos ao longo de 2016, cafezinhos e conversas de corredor: estamos realmente dispostos a atuar e a exigir que o mercado atue cada vez mais com maior transparência, clareza de discurso e verdade na prática? É possível que isso venha a ocorrer com anunciantes, agências, veículos, produtoras e todo o mercado da comunicação no Brasil e no mundo? Pelo menos é o que todos dizem querer.
Mudanças difíceis pelo simples fato de sermos humanos. Humanos são lentos em suas transformações pessoais. Mas, animem-se, dói, mas “assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade”[i]!
Ótimo 2017 para todos os leitores do blog!
[i] Assim caminha a humanidade – Lulu Santos
[i] Como uma onda – Lulu Santos